em 17 de abril de 2025 por Tismoo.me,
História sobre o Diagnóstico do Autismo: Uma Jornada de Compreensão e Avanços / Tismoo.me

História sobre o Diagnóstico do Autismo: Uma Jornada de Compreensão e Avanços

Nesse mês de Abril, comemoramos uma data muito importante para as famílias e pessoas presentes na luta por direito e igualdade para neurodivergentes. O dia 2 de Abril (Dia Mundial da Conscientização do Autismo) é um marco para a causa, trazendo à tona debates e mais informações com o objetivo de reduzir estigmas e preconceitos. Sendo assim, em um mês tão importante, não poderíamos deixar de falar brevemente sobre a longa história da evolução e diagnóstico de autismo como entendemos hoje. 

Os Primeiros Registros: A Observação de Comportamentos

Embora o conceito de autismo só tenha sido formalmente reconhecido no século XX, comportamentos que hoje associamos ao transtorno já eram observados há séculos. Porém, foi apenas no início dos anos 1940 que o autismo passou a ser descrito de maneira mais sistemática. Em 1943, o psiquiatra Leo Kanner publicou um estudo que apresentou o termo “autismo infantil precoce”. Kanner identificou 11 crianças que exibiam padrões de comportamento incomuns, como dificuldade em interagir com outras pessoas e comunicação verbal limitada. Ele chamou a atenção para a presença de uma “preferência pela solidão”, caracterizando a condição como um transtorno.

A Evolução do Diagnóstico: Da Exclusão à Inclusão

Nos primeiros anos após a descrição do autismo por Kanner, muitos profissionais de saúde mental tratavam o autismo como um distúrbio raríssimo e, em alguns casos, associavam-no erroneamente à negligência materna. O termo “mãe geladeira”, popularizado na década de 1960, atribuía o desenvolvimento do autismo à falta de afeto materno, o que se provou falso. Foi apenas nas décadas seguintes, com os avanços em estudos neurológicos e psicossociais, que a compreensão do autismo começou a mudar.

Na década de 1980, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), utilizado por profissionais de saúde mental em todo o mundo como referência para diagnósticos clínicos como o de TEA, reconheceu o autismo como um transtorno específico. Inicialmente, o DSM-III dividia o autismo em várias categorias, mas, com o tempo, foi se tornando claro que o autismo deveria ser considerado como um espectro, refletindo a diversidade de manifestações da condição.

O Autismo no Século XXI: Avanços no Diagnóstico e Tratamento

No início do século XXI, o diagnóstico do autismo passou por importantes transformações. O DSM-IV, lançado em 1994, já fazia referência ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), englobando o autismo clássico, a Síndrome de Asperger e outros transtornos relacionados. Essa mudança refletiu a compreensão crescente de que o autismo não era um distúrbio único, mas sim um conjunto de condições que variam em gravidade e apresentação. Importante ressaltar que o termo asperger caiu em desuso com os avanços da compreensão acerca do autismo. 

Além disso, os avanços em neurociência e genética  para um diagnóstico mais preciso. A identificação precoce do autismo, muitas vezes ainda nos primeiros anos de vida, possibilitou intervenções mais eficazes, o que pode fazer uma diferença significativa no desenvolvimento das crianças.

Desafios e Expectativas: O Futuro do Diagnóstico do Autismo

Hoje, o diagnóstico do autismo continua a ser uma área de intensa pesquisa. Apesar de os critérios diagnósticos estarem mais claros, muitos aspectos do transtorno ainda são pouco compreendidos. A variabilidade de manifestações do autismo e a sobreposição com outros transtornos do desenvolvimento tornam o diagnóstico um desafio. Contudo, o maior progresso reside na ampliação do conceito de “espectro”, reconhecendo a diversidade de indivíduos com autismo e suas diferentes necessidades.

Referências: 

Marcos Históricos – Autismo e Realidade Acesso em 4 de Abril de 2025.

  • AUTISMO E REALIDADE. O que é o Autismo? Marcos Históricos. Disponível em:

https://autismoerealidade.org.br/o-que-e-o-autismo/marcos-historicos/ Acesso em 4 de Abril de 2025.